Rodrigo Amorim (PSL), conhecido por quebrar placa de Marielle Franco, atacou Benny Briolly (PSol) com falas transfóbicas.
Rio de Janeiro – A vereadora de Niterói Benny Briolly (Psol) foi atacada pelo deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) com falas racistas e transfóbicas, em sessão ordinária no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na última terça-feira (17/5). Veja:
O deputado, conhecido por quebrar placa de Marielle Franco, chamou a vereadora trans de “Belzebu”, “aberração” e no masculino.
“Talvez não enxergue sua própria bancada que tem lá em Niterói um Belzebu, que é uma aberração da natureza, aquele ser que que está ali”, disse Amorim.
Em outro momento, ele faz ataques transfóbicos.
“Ela faz referência a um vereador homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto é homem. O vereador homem de Niterói parece um Belzebu porque é uma aberração da natureza”, pontuou.
A vereadora Benny Briolly irá até a Delegacia de Crimes Raciais nessa sexta-feira (20/5) para fazer um registro de ocorrência contra o deputado. Benny também adiantou que processará Rodrigo Amorim.
“Se esses covardes acham que vão me silenciar, eles estão muito enganados. Se eles acham que estão protegidos pela imunidade parlamentar para saírem cometendo atos criminosos, eles que aguardem, pois racismo e lgbtfobia são crimes. Hoje, ocupo a Câmara Municipal de Niterói e sou frequentemente atacada pelo setor bolsonarista da Casa”, disse Benny.
Em nota ao Metrópoles, o deputado disse que “a opinião” sobre a vereadora se deu durante uma discussão com uma colega de partido, Renata Souza.
“Ela desrespeitou a mim e aos cidadãos fluminenses que estavam visitando a Assembleia Legislativa, chamando-os de ‘bois’. Escapa à minha compreensão o motivo pelo qual as ofensas proferidas pela deputada não foram tema de nenhuma reportagem, no momento em que ela trata o cidadão-contribuinte com agressão e desrespeito”, afirmou Amorim.
“Fui eleito para defender os valores da família e aqueles que fazem tal defesa fazem parte da mesma diversidade da qual o senhor vereador Bênio diz fazer parte e defender”, diz o deputado.
“Por isso se torna ainda mais necessário meu corpo ocupar lugares como a Alerj para enfrentar pessoas como o Rodrigo Amorim e colocá-las de vez na lata do lixo da história, que é o lugar delas. Quero construir uma sociedade livre e liberta de pensamentos que matam corpos como o meu todos os dias no mundo. Não me intimidarão e não serei interrompida”, afirmou Benny.
A vereadora acumula mais de 20 ameaças de morte e já foi vítima de ataques racistas e transfóbicos. Em 2021, Benny precisou sair temporiamente do Brasil, após sofrer ataques.