Prestes a completar 88 anos, a cantora e compositora Alaíde Costa vive o auge da carreira de sete décadas. Nascida no Méier, subúrbio carioca, caminhou na contramão do que esperavam dela como mulher preta: que cantasse samba. Eram as vozes de Sílvio Caldas e Dalva de Oliveira que a emocionavam. “Não sei de onde isso vem. De outras vidas, talvez”, diz: Autodidata, não pensava em viver da música, mas o sucesso em programas de calouros, como o de Ary Barroso, e nas rádios fez com que seu caminho se cruzasse com nomes como João Gilberto.
Na roda da Zona Sul carioca, fez parcerias com Vinicius de Moraes e Tom Jobim, e foi crucial para a Bossa Nova, apesar de não figurar entre os protagonistas. Após o racismo velado, dos “nãos” de gravadoras à exclusão do show do movimento em 1962, em Nova York, colhe os frutos tardios da trajetória.
Marcou presença nos 60 anos da Bossa no Carnegie Hall, em outubro, realiza turnê com três shows pelo Brasil, e está em gravação do segundo álbum com o rapper Emicida, e os produtores Marcus Preto e Pupillo (Nação Zumbi). O primeiro, O que meus calos dizem sobre mim, ganhou o Prêmio da Música Brasileira de Melhor Disco da MPB. No dia 20, foi uma das condecoradas com o Troféu Raça Negra.
Alaíde Costa viveu os anos dourados onde a música popular brasileira poderia ser ouvida em qualquer lugar e por qualquer amante de música.
Ah! Tempos bons, né? Agora está aí, nossa anciã que em momento algum deixou de brilhar com suas músicas que alegram e falam com nosso coração. Parabéns! 88 anos e mais que preparada pra deixar um belo legado. Beijos e Deus abencoe sua vida!