Fonte: Epocanegocios
Novo estudo da McKinsey mostra como a automação afetará o mercado de trabalho. Mas atenção: as consequências variam muito dependendo do cargo e do país.
Entre 400 e 800 milhões de profissionais vão perder seus empregos até 2030 devido à automação, segundo um novo estudo da consultoria McKinsey. O estudo analisou 800 profissões em 46 países e constatou que até um terço dos trabalhos atuais poderá ser automatizado daqui a 13 anos.
De acordo com a McKinsey, a automação afeta de formas diferentes os setores, profissões e países. Nas nações mais desenvolvidas, como Estados Unidos e Alemanha, etre 23% e 24% dos empregos atuais sofrerão diretamente com a automação. No Japão, esse número pode alcançar 26%. Países mais pobres e subdesenvolvidos, que têm menos dinheiro para investir em automação e robótica, não serão tão afetados até 2030, afirma a McKinsey. Na Índia, por exemplo, 9% dos trabalhos sofrerão. No Brasil, esse percentual pode chegar a 15%.
Independentemente do país, porém, a consultoria alerta que todos os profissionais precisarão se adaptar a um cenário com novas tecnologias, máquinas, robôs e inteligência artificial em diversas áreas.
“Todos precisarão se adaptar à medida que suas ocupações forem sofrendo a influência das máquinas. Algumas pessoas poderão fazer isso por meio de uma educação melhor. Outras precisarão gastar mais tempo em atividades que exigem habilidades emocionais e sociais, criatividade, alto nível de capacidade cognitiva e habilidades que são difíceis de os robôs replicarem”, diz o estudo.
De forma geral, significa usar muito menos o esforço físico e muito mais habilidades como gerenciar pessoas, aplicar expertises específicas, raciocínio lógico e criatividade.
Em termos de profissões, quem mais irá sofrer são os profissionais que ocupam funções como operadores de máquinas e funcionários do setor de alimentação. Também estão vulneráveis à automação, corretores imobiliários, assistentes jurídicos, contadores e profissionais de setores administrativos.
Por outro lado, segundo a McKinsey, empregos que requerem interação humana, como médicos, advogados, professores e bartenders, têm menos chance de serem substituídos por robôs. Trabalhos especializados, mas com salários não muito altos, como jardineiros, encanadores e cuidadores, também estão menos vulneráveis.
Os autores do estudo defendem que o mundo vivenciará na próxima década uma transição na escala da que ocorreu no início dos anos 1900. Naquele período, o desenvolvimento industrial transformou grande parte do trabalho, que era fundamentalmente agrícola. Da parte dos governos, a McKinsey recomenda investimentos adicionais em infraestrutura, no setor elétrico e em construção. Essas ações poderiam ajudar a diminuir a perda de empregos em alguns países.